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Brasil: O gigante leiteiro adormecido

O Brasil está superando os Estados Unidos na produção de milho e soja nas últimas safras, quando iremos superá-los no leite?

Nós brasileiros precisamos nos orgulhar do setor agrícola, projeções davam conta que só na próxima década iríamos superar os EUA na produção de grãos, entretanto na safra atual já fizemos isso, com soja e milho. Especialistas apontam que o mercado de leite deve continuar crescendo, e que o Brasil é o único país no mundo que pode melhorar a qualidade e a eficiência da produção a pasto.

Recentemente uma faculdade neozelandesa (Massey University) publicou um artigo com o título “Brasil: O gigante do leite adormecido” e questiona por quanto tempo o país ficará adormecido. “O Brasil tem milhões de hectares de terra não utilizada, abundância de água, capacidade agrícola comprovada e disposição para adotar as mais recentes tecnologias” e continua “O Brasil tem os recursos naturais para derrubar todos os seus concorrentes e tornar-se o maior produtor de leite mundial, só precisa concentrar-se mais nos esforços adotando tecnologias modernas e não levará uma década para que isso torne-se realidade“.

O Brasil figura o Top 10 maiores produtores de leite do mundo que tem em seu primeiro lugar o Estados Unidos, mas sabemos que o país tem área e produtores que podem dar um salto no ranking, baste que mudanças ocorram nos próximos anos.

Uso de tecnologias é a chave para melhorar a produtividade do leite brasileiro

Como melhorar a eficiência leiteira brasileira

“O setor leiteiro está em expansão no Brasil e acumula um incremento produtivo de 73% em 15 anos. A possibilidade de crescimento é enorme, pois o gargalo atual é a baixa produção média por vaca, sendo apenas 15% do volume produzido por animal pelos EUA. Considerando que temos um rebanho 60% maior que aquele país, temos uma excelente oportunidade de melhoria genética dos animais, aliada ao investimento em tecnologia de produção, gestão técnica e econômico-financeira da atividade e mão de obra qualificada” comentou a Zootecnista Cintya Tongu Andreolli da empresa Otimiza Consultoria e Gestão Rural.

Cintya enfatiza “Em uma ponta da cadeia temos a variação de qualidade do leite produzido e na outra a oscilação do preço pago ao produtor, gerando incertezas à cadeia produtiva e, muitas vezes, retraindo os investimentos”.

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“Se fizermos uma análise econômica das atividades dentro do agronegócio irá ver que não existem agricultores produzindo soja e milho com baixa e alta tecnologia, todos seguem o padrão de alta tecnologia. Diferente na pecuária, existem pecuaristas produzindo carne e leite com alta e baixa tecnologia, isso expõe a falta de capacidade da maioria dos produtores de enxergarem que existe um único caminho para a rentabilidade, o emprego de melhor gestão e uso das tecnologias oferecidas pelo mercado em suas propriedades” salientou Andrew Jones, Engenheiro Agrícola e especialista em Pecuária Leiteira da AJAGRO.

Bem-estar animal, redução do estres térmico. Foto Divulgação.

Pecuária leiteira de alta x baixa tecnologia

pecuária leiteira de alta tecnologia, com produção de 25 mil litros por hectare ao ano, foi a atividade agropecuária mais rentável em 2013, mostra levantamento da Scot Consultoria. A rentabilidade do segmento foi de 10,08%, ante 7,71% de 2012. A pecuária leiteira de baixa tecnologia, por outro lado, segue com prejuízos. Em 2013, a variação negativa foi de 3,03% ante queda de 2,61% de 2012.

Eficiência de pastejo no Brasil

“Tenho levantado a discussão sobre eficiência de pastejo no Brasil, apesar de já termos exemplos de vários produtores produzindo excelentes pastos a eficiência de pastejo é baixa. Alguns sabem a hora certa de entrar e sair com o gado de uma pastagem, mas não tem conseguido. Ou melhoramos a eficiência de pastejo do Brasil, ou a previsão de que 60% dos pecuaristas em atividade vão desaparecer em 20 anos se concretizará, e isso não é bom para ninguém” salientou Ernesto Coser Netto, Gerente Nacional da Speedrite / Tru-Test.

“O que falta de informação ao produtor é como conseguir piquetiar e rotacionar suas pastagens, para que o gado possa consumir todo o capim sem que haja perdas. O custo de produção de cercas tradicionais é alto, e a cerca elétrica não tem feito sucesso, tecnologia essa subutilizada no Brasil, pois é uma tecnologia como qualquer outra, onde não se respeita os conceitos básicos simplesmente não funciona” acrescentou Ernesto.

eficiencia de pastejo com cerca eletrica
Foto: Electric Fence, High Tensile Fencing Supplies

Conceitos corretos da cerca elétrica

A cerca elétrica não é mais importante que nenhuma outra tecnologia empregada na produção a pasto, mas a falta de informação e treinamento das pessoas responsáveis pelo processo tem prejudicado a eficiência de pastejo. Acertar a lotação em piquetes grandes não é uma tarefa fácil, e errando o gado acaba escolhendo onde comer e temos pasto rapado ou passado. Se na fazenda temos pasto rapado ou passado, quem está mandando na fazenda é o gado e não seus gestores.

O produto de quem planta soja é o grão e o produto de quem planta pasto é a folha, não se desperdiça grãos como desperdiçamos folhas.

Mito: tecnologia custa caro

Produtores do Programa Balde Cheio da Embrapa em Minas Gerais produziram cinco vezes mais leite do que a produção média nacional estimada por fazenda leiteira. “O Balde Cheio derruba o mito de que tecnologia custa caro e não é acessível ao pequeno produtor. Ele se baseia em um diagnóstico bem estudado e no apontamento de arranjos simples na propriedade. Muito trabalho, sem grandes investimentos. É muito mais uma mudança de comportamento dos produtores, que aceitam ousar e inovar, alcançando muito mais produtividade e renda em sua atividade”, destaca Rodrigo Alvim, diretor da FAEMG.

Temos uma agricultura de primeiro mundo e uma atividade leiteira de terceiro mundo, salvo excessões.

Jeitinho brasileiro e experiência dos gringos

Confira a análise da Pecuária leiteira brasileira feita por Andrew Jones, Engenheiro Agrícola e especialista em leite da AJAGRO.

O Brasil tem grandes vantagens sobre seus concorrentes, desde seu tamanho continental até o seu clima tropical, além da genética do rebanho Girolando que vem evoluindo ano após ano.
O leite a pasto é um álibi que o país não está sabendo usar, existe uma grande dificuldade do produtor brasileiro em conduzir pastagens, que deveria ser encarada como uma lavoura de 12 meses, que tem os mesmos desafios de qualquer outra lavoura e é preciso ser bem conduzida todos os dias do ano. Pela praticidade o brasileiro prefere produzir silagem para garantir a nutrição dos animais, deste modo as pastagens são deixadas em segundo plano.

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Alguns neozelandeses que já estão aqui no país tem seu foco no simples e o que dá resultado, diferente do brasileiro que as vezes quer uma solução milagrosa, exemplo disso é a moda de usar sistemas de produção como o free stall e compost barn, que vem sendo empregado em dezenas de propriedades brasileiras afim de rentabilizar o negócio, as vezes essa solução nem sempre é a mais indicada e acaba fugindo do obvio e básico da produção de leite.

O óbvio e básico na produção leiteira

A genética dos animais bem trabalhada e planejada, o manejo do gado favorecendo tanto o homem e os animais no seu ambiente, a produção de comida seja ela através de silagem ou pastejo, tendo isso controlado na ponta do lápis você terá mais de 80% do custo de produção dominado.

Já visitei propriedades no sudeste brasileiro, em pleno verão (sensação térmica acima dos 38º), com vacas da raça holandesa fazendo pastejo em piquetes com pivô central de irrigação. Se juntar todos esses fatores, você terá vacas que simplesmente não emprenham pelo calor excessivo e outros fatores sanitários, isso influenciará negativamente na produção, erros básicos mas que muitos cometem ainda.

Confira os pilares indispensáveis do leite

  1. Boa nutrição;
  2. Qualidade do leite / sanidade de úbere;
  3. Reprodução.
Vaca da raça Holandesa pastando
Por: OKUBO FILHO, Alcides / Embrapa

Exemplo da subutilização das nossas pastagens

Para se produzir capim de qualidade você gasta 1/3 do que gastaria para produzir silagem. Exemplo: se você produz bem capim, de alta produtividade e faz adubação você gastará R$ 20/tonelada, na silagem você produzirá com R$ 70/tonelada. Aqui vemos o custo de 50% da receita líquida da fazenda, todas as contas devem ser feitas e as premissas básicas devem ser atendidas para que haja lucratividade.

Leite é uma atividade que você calcula em décimo de centavos. É diferente de qualquer outra atividade do meio rural, além de gerar um volume de trabalho muito grande, talvez seja uma das atividades no meio rural que mais exige dedicação do produtor. A gestão é fundamento para economizar tempo e garantir a eficiência.

via Compre Rural

Uso do BST em questão

Farol amarelo acende quanto ao uso do BST no Brasil

Nesta semana tive acesso ao informativo da Nestlé onde relata as novas metas da empresa para o Brasil quanto ao ambiente de produção de leite dentro das propriedades. Passados mais de 10 anos do início da implantação do Programa de BPA (Boas Práticas Agropecuárias), a Nestlé, a partir deste comunicado, coloca claramente ao mercado que deseja subir na escada em busca da produção de leite em um ambiente cada vez mais adequado. Assim, novos degraus são colocados na escada em busca de um produto lácteo mais nobre para o consumidor nacional.

Porém neste comunicado, um item especifico me chamou a atenção: a restrição ao uso do BST, ou em outras palavras, a bonificação ao produtor que não utilizar o BST no seu sistema de produção de leite.

O que é o BST: “O BST, ou Somatrotopina bovina, é uma proteína natural produzida pelas vacas. Existe também uma forma análoga do BST (Somatotropina Bovina) sintetizada em laboratório, que pode ser suplementada às vacas. O BST promove a produção de mais leite por vacas adultas. Está e sempre esteve presente no leite em níveis bastante baixos. O BST não é ativo no organismo humano. Em seres humanos, é completamente degrado no trato digestivo, como qualquer outra proteína”. (Fonte: fabricante)

Não foram poucos os atendimentos aos questionamentos de consumidores ao SAC da empresa, quanto ao uso do BST, que respondi nos últimos 6 anos, quando gerente técnico de laticínio. Diversos consumidores mostravam-se preocupados com a utilização do BST e sua presença no leite, solicitando mais informações a respeito.

É de conhecimento público que vários países não permitem o uso do BST já há muitos anos e em outros tantos países não existe restrição ao uso. A ideia aqui não é entrar no mérito desta questão, ou seja, proibir ou não o uso no Brasil, mas sim levantar a discussão a respeito do assunto.

O mais importante é que o BST é e vem sendo utilizado como uma ferramenta de manejo de rebanhos leiteiros em ampla escala em nosso país, principalmente pelos produtores responsáveis pelo grande volume de leite fornecido à indústria, visto que por serem mais tecnificados usam ferramentas técnicas na gestão da propriedade.

O Uso do BST promove aumento do volume da produção de leite diária nas fazendas, através do aumento da produtividade média da vacada. Também em menor escala, BST é utilizado para alongar o período de lactação de vacas a refugar e também utilizado na indução de lactação em vacas com problemas de emprenhar.

A utilização do BST dentro das recomendações técnicas do fabricante promove significativo aumento na renda ao produtor. Como gerente de fazendas ao longo de 30 anos, fiz uso do BST nas fazendas que gerenciei. Realizei um trabalho técnico de acompanhamento detalhado dos resultados de uso do BST na Fazenda São Pedro, Fernandópolis/SP, Projeto “CFM Leite a pasto”, no ano de 2008. A conclusão do trabalho foi descrita através da seguinte frase, na época:

“O uso do BST, associado à terceira ordenha, em parte do rebanho lactante da Fazenda São Pedro, deixou aos cofres da fazenda um décimo terceiro mês de produção de leite em volume e receita “ (Fonte: Andrew Jones)

Finalizando este comunicado abre definitivamente uma discussão a respeito do uso do BST no Brasil,  questionamentos como estes vão surgir:

  •   Proibir ou não o uso do BST no Brasil?
  •   Qual a estratégia da Nestlé?
  •   A bonificação ao produtor cobre ou não, o aumento da receita com o uso do BST?
  •   O produtor de leite está preparado para não utilizar mais o BST?
  •   Qual o impacto da descontinuidade do uso do BST na produção de leite nas fazendas?
  •   Qual será a queda no volume de leite produzido?
  •   Qual será o impacto no volume de leite das lactações fechadas, de várias raças leiteiras brasileiras, advindas do cruzamento com zebuínos?
  •   Será este um fato importante para abrir mercado internacional para os produtos lácteos brasileiros?

 

Vamos avaliar, pois este cenário impacta bastante na receita do produtor e tem fortes reflexos para a indústria láctea.

Andrew Jones

 

Mobimilk: ordenha móvel é novo conceito de projeto

Sala de ordenha do futuro, um novo conceito em projetos para a pecuária leiteira

Uma empresa sediada na cidade de Canoas, Rio Grande do Sul resolveu inovar o jeito de ordenhar as vacas, a AJAGRO e a Eurolatte trazem ao mercado um inovador conceito construtivo para a sala de ordenha e sala de leite: Mobimilk – Ordenha Inteligente. Este conceito foi desenvolvido para atender os seguintes objetivos: praticidade, mobilidade, modularidade, versatilidade, segurança alimentar, qualidade do leite e sustentabilidade ao seu negócio leite.

sala-de-ordenha-mobimilk
Foto: Divulgação

Praticidade: dispensa obras civis na fazenda. Com apenas um ponto de energia e um ponto de água colocamos sua
ordenha em funcionamento em poucas horas (entrega de manhã – ordenha à tarde)

Mobilidade: através de um caminhão “tipo munk” pode ser movida dentro da propriedade ou entre propriedades. É excelente para arrendamentos, pastagens sazonais e tem fácil possibilidade de revenda.

Modularidade: conforme o rebanho do produtor crescer, novos módulos podem ser anexados ao conjunto, possibilitando ordenhar mais vacas em menos tempo.

Versatilidade: pode ser completamente fechada após o uso, evitando furtos dos equipamentos. Também pode ser usada como ordenhadeira complementar para vacas/novilhas em período de colostro (sendo que a sala de leite pode ser equipada com um pasteurizador de colostro). Pode ser utilizada como ordenhadeira complementar para vacas tratadas com antibiótico (leite descarte).

Qualidade do leite: todo leite é canalizado e rapidamente resfriado. Conta com água quente e dispõe de toda instalação para correta limpeza dos equipamentos de ordenha e resfriamento do leite. Atende as normas de BPA (Boas Práticas Agropecuárias).

Segurança alimentar: a sala do leite é segura, não permite a entrada de roedores, pássaros e outros animais indesejáveis à segurança do produto leite. Todos os motores estão localizados externamente à sala de leite. Não permite a estocagem de insumos agrícolas (herbicidas/inseticidas) e de nutrição do rebanho neste local.

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Foto: Divulgação

Sustentabilidade

Pessoas: projetada para que as pessoas tenham conforto e higiene ao desenvolver seu trabalho.

Animais: conta com piso emborrachado na sala de ordenha, conferindo aos animais conforto no momento da ordenha, excelente sistema de arejamento para conforto térmico.

Meio ambiente: é equipada com separação dos efluentes gerados no processo de ordenha e higienização, com saída para correta destinação e uso.

Via Compre Rural

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